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100 Million Feelings

100 Million Feelings

12 de Maio, 2020

O porquê?

Eu já tenho este blog a imensos anos, foi em 2011 que o criei e tinha muita estima e amor por ele e por tudo que nele partilhava. Com o passar dos anos, fui crescendo e comecei a achar "piroso" escrever fosse o que fosse, o tempo foi começado a ser ocupado por outras coisas. Coisas que para mim seriam mais importantes no momento, devemos relembrar que na altura a minha idade rondava os 14/15 anos e então o meu blog caiu no esquecimento.

Durante todos estes anos, foram várias as vezes que me lembrava que já tive um blog e que poderia aos poucos ir voltando a escrever mas depressa me surgia outra coisa mais interessante na altura para fazer. Sim, tipo instagram, sair e aproveitar a minha adolescência que também sou filha de Deus 😁
 
Foi agora aos meus 23 anos de vida, quando dou por mim com uma depressão, ataques de pânico e montes de ansiedade, tudo diagnosticado de uma vez só, o que nao foi fácil de digerir (mas esse é outro assunto que quero falar mais aprofundadamente do meu caso, não clinicamente  porque não sou psicóloga/ psiquiatra / terapeuta mas quero partilhar o que me está neste momento a ajudar).
 
Ao ter de digerir tudo isso (E aqui tenho de agradecer do fundo do meu coração as minhas amigas, elas sabem quem são, ao meu namorado que foi, é e sei que será sempre incansável e a minha família) tive de me obrigar a recorrer a ajuda e fui a mais de uma psicóloga, não vá estarem elas "maluquinhas da cabeça" e eu estar de perfeita saúde mental mas não, algo não estava bem comigo. Foi então numa das últimas consultas que a minha psicóloga me perguntou o que eu gosto de fazer e eu como sou tão simples lhe disse "nada" e comecei-me a rir porque percebi  que era o meu cérebro a pregar-me uma partida das dele. 
É óbvio que eu gosto de fazer alguma coisa, gosto de fazer tanta coisa e incrivelmente a primeira coisa que me veio a cabeça foi cozinhar, até eu fiquei incrédula comigo mesma mas se calhar gosto mesmo (não que cozinhe muito bem, mas sei fazer algumas coisas) mas gosto pelo facto de ao cozinhar não me lembrar dos meus problemas e foi então que lhe disse "gosto de escrever" e então ela incentivou-me a escrever. Nesse dia quando sai da consulta me lembrei do blog, e comecei logo a pensar no nome e no que iria escrever e quando cheguei a casa comentei logo com o meu namorado que iria criar um blog e ele concordou logo, se seria algo que me iria fazer sentir melhor então porque não? Foi então que ao criar um blog, como já tinha conta no blogger que me apercebi deste e pensei para mim mesma "e se em vez de criar um novo, reutilizasse este que aqui tenho? O nome faz todo o sentido e tudo..." E então na manhã seguinte já estava a começar a escrever o meu primeiro texto a acerca do regresso e agora aqui estou a escrever o segundo, nas mesmas circunstâncias que o primeiro (na cama e com o meu namorado a dormir ao meu lado... acho que isto quer dizer algo ou então simplesmente me inspire ou então é o único momento que tenho "livre" para o fazer sem ninguém me interromper). 
 
Eu sei que não preciso de justificar o que faço mas para mim faz todo o sentido neste momento, para perceberem que há coisas simples na nossa vida que já não fazemos ou que deixamos para trás mas que mais tarde ou mais cedo regressam. O nosso bem estar é fundamental, fazermos o que gostamos é incrível e com tudo isto quero mostrar que todas as adversidades conseguem ser ultrapassadas. Perdoar é muito importante e sabermos perdoar a nos próprios por todo o mal que por vezes nos fazemos sentir é muito importante. Por isso, façam o que gostam, sem medos do julgamento dos outros, vivam ao máximo, aproveitem a vossa vida, não façam planos senão nunca vai ser como imaginamos. Viver a vida ao sabor do vento tem sido para mim libertador e casos como o meu, não desesperem. Não estamos sozinhos, não somos os únicos e acima de tudo não tenham medo ou pudor em falar que têm  um problema, partilhar é algo lindo e acho que quando bem feito e com as pessoas certas tudo corre melhor.