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100 Million Feelings

100 Million Feelings

13 de Maio, 2020

Fica tudo bem.


Estamos a atravessar uma grande luta. Ninguém estava preparado para o que se está a passar.

Acho que todos sentimos uma angustia enorme dentro de nós, sentimos aquele aperto no peito sempre que vemos as noticias e sentimo-nos impotentes por não conseguirmos fazer nada para mudar o rumo de tudo isto.

Estamos a viver no completo desconhecido. E ninguém nos ensinou a viver nesta incerteza de quando vai tudo voltar a normalidade.

Não sabemos quando vamos voltar a trabalhar ou estudar, a poder abraçar a nossa família e amigos.

E é triste ver que ainda há quem não entenda o perigo da situação e brinque com a sua vida, e pior ainda, com a vida dos outros.

 

Parte-me o coração não poder estar com os meus. Poder abraça-los. Dar e receber carinho.

Parte-me mais ainda o coração ver nas noticias a exaustão dos médicos, enfermeiros e auxiliares de saúde a lutar pelos infetados, a trabalhar horas e horas seguidas e no final não poderem muitas vezes voltar para a sua própria casa e para junto da sua família, para os proteger.

Parte-me o coração saber que se na infelicidade de quem morre não poder sequer se despedir da família, não tem ninguém do lado delas para poder partir em paz. É triste para as famílias que perdem alguém porque não conseguem também se despedir.

Tínhamos tudo, éramos os os mais felizes, éramos os mais ricos e não percebíamos isso.

 

Agora percebemos a importância que um simples abraço tem, um beijo, um carinho tem. Agora percebemos o que é realmente importante e que precisamos de tão pouco para sermos felizes.

Tínhamos a nossa vida, não tínhamos tempo para parar, não conseguíamos arranjar tempo para nós, para a nossa família, para os nossos amigos. As futilidades eram muitas vezes mais importantes, passar o tempo ao telemóvel era mais interessante do que simplesmente conversar.

Agora fomos obrigados a ter tempo mas não temos as pessoas, e agora percebemos a importância das pessoas na nossa vida, a importância da presença e de estar presente. A saudade é enorme!

 

 

Mas tudo isto irá passar. Vai demorar, vai custar mas vamos conseguir ultrapassar tudo isto e olhar para trás e ser ainda mais agradecidos. Agradecidos por estarmos vivos e prontos para viver a nossa vida ao máximo. Porque sei que quando isto tudo terminar vamos querer viver com mais intensidade para recuperar o “tempo perdido”.

Agora resta apenas ficar em casa, sair só mesmo se for necessário e ter todas as medidas de segurança e higiene.

Aproximam-se tempos difíceis, uma guerra muito complicada. 

Mas no final, fica tudo bem.